segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A porta.

Era sim, eu queria poesia.
Eu queria que antes daquela porta abrir, tudo que estava em minha volta brilhasse,
Tudo movesse
Tudo tornasse parte da minha poesia.
Mas ..
A porta abriu
Aquela porta branca e gélida.
Abriu-se
Não, ela não abriu sozinha.
Tinha uma mao, naquela maçaneta.
Uma mao grande, bonita, cheirosa.
A abriu.
Não... Não era tão linda como na minha poesia.
Não era tão minha como na minha poesia
E as gargalhadas que vieram junto com ela,
Me fez abrir um sorriso largo.
E o que veio depois das gargalhadas,
Me fez encerrar o sorriso.
E durante as gargalhadas, as lembranças que a poesia me trazia, não eram suas.
Aquele abrir de portas tbm me mostraram isso.
Como pode?
Como pode, a senhora espertinha, Dna Poesia, melhorar tanto alguem, pra que ele pareça um deus grego?
Pra que ele não tenha dentes tão grandes, cabelos tão desarrumados, e jeito tão safado.
Queria vc que eu continuasse a dissertar coisas desta criatura que não era o que parecia?
E lembrando de como ele era, sem suas influencias, Dna Poesia, não estou aqui aos seus pés?
Porque tudo isso?
Porque eu ainda lembro?
Porque marcou tanto?
O intuito era trazer a tona todos os pensamentos e sonhos do que eh exterior?
E o interior?
E toda aquela inteligencia superficial?
Vale alguma coisa?
Não...
Me faz lembrar isto e nunca mais esquecer...
Do abrir daquela porta, desencantando toda a poesia enrustida no meu peito e na caneta emprestada.
Não abre mais a porta pra mim.
Me deixa com minhas palavras e versos criados
Sem a criatura que desencanta tudo.

Porta
Não abra.